Áudio: Dano ambiental causado por filtros solares divide opinião de especialistas

Especialistas alertam sobre o dano causado aos recifes de corais por substâncias contidas nos filtros solares. O assunto foi discutido em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para instruir projeto de lei do senador Lasier Martins (Pode-RS) que proíbe protetores solares com substâncias tóxicas aos recifes de corais (PL 616/2019). O pesquisador da Rede de Pesquisas do Coral Vivo e do Instituto Oceanógrafo da Universidade de São Paulo (USP), Miguel Mies, afirmou que os produtos citados na proposta de Lasier causam danos aos corais ou à vida marinha. Mas a representante do Departamento de Oncologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Jade Martins, disse que os estudos não são conclusivos. A relatora da proposta, senadora Zenaide Maia (Pros-RN), lembrou a importância do protetor solar para evitar câncer de pele e quer encontrar alternativas para não prejudicar os corais. A reportagem é de Iara Farias Borges, da Rádio Senado.

Áudio: Prestação baixa não pode ser razão para exclusão de empresa do Refis, decide CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou projeto que impede a exclusão de empresas em dia com o Refis, mesmo que as parcelas para pagamento das dívidas sejam consideradas baixas pela Receita Federal. A proposta (PLC 115/2018) ainda será analisada pelo Plenário do Senado. Ouça mais detalhes na reportagem de Paula Groba, da Rádio Senado.

Debatedores lamentam descumprimento de metas na educação

O cumprimento insuficiente das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) poderá ser agravado pelas restrições orçamentárias e pela orientação ideológica do governo federal, temem os debatedores ouvidos em audiência pública da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) nesta quarta-feira (5). O evento marca o lançamento, no âmbito da CE, da Semana de Ação Mundial, mobilização que envolve mais de 100 países no debate sobre a valorização da educação.

A coordenadora do Comitê do Distrito Federal da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (entidade responsável pela Semana de Ação Mundial no Brasil), Catarina de Almeida Santos, lembrou que o descumprimento total ou parcial de metas do PNE — por exemplo, ampliar até 2020 a oferta de educação infantil, alfabetizar todas as crianças até 8 anos de idade e aumentar o investimento no setor para 10% do PIB — prejudica mais incisivamente a população negra, os mais pobres e as regiões menos favorecidas. Estatísticas apresentadas por ela sobre as metas mostram, por exemplo, que ainda há, em 2019, uma população significativa fora do sistema escolar, cai o atendimento à meta de educação integral e o país regride “absurdamente” na educação de jovens e adultos.

— Tem uma lógica de que a população adulta não tem mais que ter direito à educação. É bom lembrar que a Constituição diz que a educação é direito de todos, inclusive daqueles que não tiveram acesso na idade adequada — alertou.

Na opinião de Catarina, a questão da educação tem mobilizado o povo brasileiro na forma de expressivas manifestações de rua. Ela acrescentou que a educação superior também é um “direito humano”, e os críticos do setor “não estão à altura deste país”.

— A sociedade e o Congresso pactuaram que a educação era importante para o país da creche à pós-graduação e definiu um percentual do PIB para isso.

Teto de gastos

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Manoel Gomes de Araújo Filho, criticou a Emenda Constitucional 95, que estabeleceu o teto de gastos, por considerá-la um “golpe” contra a educação. Até então, segundo ele, a própria Constituição tinha ampliado o dever do Estado no setor e viabilizou o plano para as três esferas de governo assegurarem a universalização até 2016, conforme as diretrizes do Plano Nacional de Educação.

— São 20 metas, das quais conquistamos 17 com a nossa cara, com a nossa marca — citou.

Para ele, o governo mente ao dizer que os “cortes” no ensino superior são contrabalançados pelo aumento da dotação orçamentária do ensino básico. Relatando a situação em seu estado, Araújo Filho lamentou que mais de 700 mil jovens em Pernambuco não estudem nem trabalhem. Ele associou a evasão escolar à implementação do novo ensino médio quando a infraestrutura das escolas não comporta o ensino em tempo integral.

Representando a União dos Dirigentes Municipais de Educação de São Paulo, Luiz Miguel Martins Garcia salientou que o acesso à educação infantil, apesar de crescente, está longe de atingir a meta do PNE. Ele sugeriu incentivo à busca ativa do público que se encontra fora da escola e que cresce exponencialmente na adolescência. Garcia ressaltou também que é preciso rediscutir sobretudo a distribuição de recursos.

— Temos hoje recurso concentrado na esfera federal e uma dificuldade grande de retorno disso aos municípios — declarou, acrescentando que qualquer proposta de federalização da educação deve levar em conta a valorização e o desenvolvimento das culturas locais na formação contínua dos professores.

Autor do requerimento de audiência, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) criticou a “pauta obscurantista” do governo, que, em seu entendimento, tem o objetivo de “desmantelar” as conquistas na educação de governos anteriores e desmontar o consenso em torno da garantia à educação.

— A luta não é de um partido A, B ou C, mas de todos que querem um futuro para o país.

Áudio: Campanha pelo direito à educação é tema de debate no Senado

Audiência pública discutiu o lançamento da Semana de Ação Mundial (SAM), iniciativa que ocorre simultaneamente em vários países para engajar a população em relação ao direto à educação. A discussão promovida pela Comissão de Educação atende a um pedido do senador Jean Paul Prates (PT-RN) e contou com convidados como a coordenadora do comitê no Distrito Federal da Campanha Nacional pelo Direto à Educação e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.

Aprovada na Câmara, proposta que muda rito de análise de MPs voltará ao Senado

Voltará para a análise do Senado a proposta de emenda à Constituição que altera o rito de apreciação das medidas provisórias. O texto (PEC 11/2011, no Senado, e 70/2011, na Câmara), que aguardava votação na Câmara desde 2011, foi aprovado pelos deputados nesta quarta-feira (5) com mudanças, que ainda terão que ser analisadas pelo Senado. Um dos principais objetivos do texto é garantir um equilíbrio maior no tempo que cada Casa legislativa tem para analisar as medidas.

— O Senado há mais de duas décadas reclama do pequeno prazo para deliberar sobre as medidas provisórias. Esse foi um apelo recorrente no exercício desta Presidência, de todos os senadores e senadoras indistintamente. Agradeço publicamente e reconheço o esforço pessoal do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para apreciar e votar essa proposta de emenda à Constituição no dia de hoje — disse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, durante sessão do Congresso.

A votação do texto foi um compromisso assumido pelo presidente da Câmara em maio. A reivindicação dos senadores é antiga, mas se intensificou nas últimas semanas, quando várias medidas provisórias chegaram ao Senado com tempo escasso para a votação. Algumas delas perderam a validade sem que fossem votadas pelos deputados.

Proposta

O texto garante pelo menos 30 dias para que o Senado analise uma MP, o que vai, na prática, permitir que os senadores façam alterações. Com o tempo escasso, essas alterações muitas vezes ficavam impossibilitadas, porque as medidas precisam voltar à Câmara quando são modificadas pelo Senado.

A PEC também prevê a perda da validade das medidas provisórias em vários casos: se não forem analisadas pela comissão mista após 40 dias do recebimento; se não forem analisadas pela Câmara dos Deputados em 40 dias após a análise da comissão; se não forem analisadas pelo Senado em 30 dias, após a aprovação pela Câmara; e se a Câmara não analisar as modificações do Senado em 10 dias.

Caso a Câmara não analise a MP em 30 dias, ela passa a trancar a pauta, entrando em regime de urgência. No Senado, a MP tranca a pauta após 20 dias, se não houver manifestação pela Casa. A PEC proíbe ainda a inserção de textos estranhos ao conteúdo da medida provisória, os chamados jabutis.

Orçamento Impositivo

Davi Alcolumbre também comemorou a aprovação pela Câmara, nesta quarta-feira, da PEC do Orçamento Impositivo (PEC 34/2019). O texto determina a execução obrigatória das emendas das bancadas estaduais e do Distrito Federal ao Orçamento da União. Para o presidente do Senado, essa é uma forma de fazer com que recursos cheguem aos estados e municípios.

— São 5.570 municípios do Brasil que aguardam ansiosamente a promulgação desta emenda constitucional, fazendo com que uma escola, uma avenida, uma praça, um campo de futebol, uma unidade de saúde possam ser executados nos quatro cantos desse país.

Reunião da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul é suspensa

A primeira reunião da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul que deveria ocorrer nesta quarta-feira (5), às 14h30, foi adiada devido à realização da sessão do Congresso Nacional, marcada para o mesmo horário.

Nesta primeira reunião seria realizada a instalação do órgão e a eleição do presidente e dos vice-presidentes. O deputado Celso Russomano (PRB-SP) leu o comunicado do presidente Davi Alcolumbre comunicando da sessão no Plenário da Câmara e declarou que a sessão da comissão que reúne os parlamentares que representam o Brasil no Mercosul será remarcada.

Lei que simplifica o georreferenciamento de propriedades rurais é sancionada

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 13.838 de 2019, publicada nesta quarta-feira (5) no Diário Oficial da União. Oriunda do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 120/2017, a nova lei dispensa a carta de anuência no processo de georreferenciamento de imóveis rurais.

Com a dispensa da anuência expressa dos confrontantes para realização da descrição georreferenciada, bastará a declaração do próprio requerente de que respeitou os limites e as confrontações.

Autor da proposição quando ainda era deputado federal, o senador Irajá (PSD-TO) disse, durante a votação no Senado, em maio, que a iniciativa beneficia mais de 15 milhões de pequenos, médios e grandes produtores em todo o país. Segundo ele, o projeto busca resolver litígios ocorridos há muitas décadas, quando as medições das propriedades não eram precisas, o que contribuiu para gerar insegurança jurídica em todo o país.

Irajá explicou que todo o procedimento do georreferenciamento é bastante cuidadoso, porque envolve trabalho e tecnologia de alta precisão, o que confere total confiabilidade ao processo. Além da tecnologia, há os marcos cravados nas divisas das propriedades. Ao final, o Incra valida o georreferenciamento, encaminhando o mesmo para averbação em cartório.

Mara Gabrilli é eleita presidente do grupo de amizade entre Brasil e Marrocos

A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi eleita, na manhã desta quarta-feira (5), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Marrocos, em sessão que marcou também a instalação dos trabalhos do grupo. Para os cargos de primeiro e segundo vice-presidentes, foram eleitos os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Carlos Viana (PSD-MG), respectivamente.

De acordo com a presidente, a instalação do Grupo Parlamentar tem como objetivo estreitar as relações dos dois países nas áreas social, tecnológica, científica, ambiental, cultural, educacional, econômica e comercial.

— Muita coisa depende do Poder Executivo, sobretudo nas áreas econômica, financeira e ambiental, mas podemos contribuir para o intercâmbio de ideias entre empresários, universidades e pesquisadores — pontuou Mara Gabrilli.

O embaixador do Marrocos no Brasil, Nabil Adghoghi, destacou a importância da cooperação entre os parlamentos marroquino e brasileiro na apropriação de uma agenda bilateral para impulsionar o trabalho em conjunto entre os dois países.

— O compartilhamento de valores comuns, da democracia de tolerância, assim como a visão convergente nos temas globais, como o desenvolvimento sustentável, o comércio internacional e o multilateralismo são a melhor plataforma para construir uma parceria global, inovadora e bem na sintonia do século 21 — argumentou o embaixador.

Lei que batiza rodovia no Paraná em homenagem a Zilda Arns é sancionada

Foi publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (5), a Lei 13.837/2019, que denomina “Rodovia Zilda Arns Neumann” o trecho da BR-369 entre a cidade de Bandeirantes, no estado do Paraná, e a divisa com o estado de São Paulo. O texto teve origem no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 106/2018.

Biografia

A homenageada Zilda Arns nasceu em Forquilhinha (SC), em 1934, e morreu em janeiro de 2010, em um terremoto que fez mais de 100 mil vítimas no Haiti. Zilda era médica pediatra e sanitarista, e fundou, em 1983, a Pastoral da Criança — programa de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O senador Flávio Arns (Rede-PR) é sobrinho de Zilda e relatou a matéria na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). O parlamentar destacou a atuação da médica no auxílio às pessoas mais necessitadas, inclusive fora do Brasil, e lembrou que, no ano de 2006, ela foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz.

Sancionada a lei que regulamenta empréstimos do FGTS para Santas Casas

Foi sancionada nesta quarta-feira (5), no Diário Oficial da União, a Lei 13.832, de 2019, que viabiliza a aplicação dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em operações de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas e sem fins lucrativos que participam de forma complementar do Sistema Único de Saúde (SUS).

O texto, que regulamenta pontos pendentes relativos às operações de financiamento teve origem na Medida Provisória (MP) 859/2018, aprovada em fevereiro pelo Plenário do Senado.

A nova medida é um desdobramento da MP 848/2018, que criou uma linha de crédito com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para socorrer as Santas Casas, mas que, na prática, ainda não estava conseguindo fornecer os empréstimos por pendências na regulamentação.

— O Brasil tem ao todo 2,1 mil Santas Casas e, destas, somente 10% tem situação financeira equilibrada — afirmou a relatora da medida provisória, senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), quando da aprovação do texto no Senado.

Antes, o FGTS só podia ser aplicado em habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana. A nova lei entra em vigor na data de sua publicação.