Quando uma oportunidade de cargo de liderança se abre para uma mulher, geralmente várias perguntas vêm à sua cabeça: será que sou capaz e competente para o cargo? Será que vou conseguir? Para a secretária-geral da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Aline Osorio, essas perguntas funcionam como uma “síndrome do impostor” e se tornam uma barreira, uma luta que a mulher trava com ela mesma antes de aceitar ou não o novo desafio.
Aline Osorio entende e se solidariza com as mulheres que já passaram por essa situação ou estão se preparando para exercer uma função de liderança.
Além da luta interna, a mulher enfrenta, ainda, barreiras externas com relação a quem está à sua volta. Para Aline, isso é, na verdade, uma luta de afirmação pela sua própria capacidade e competência. No entanto, ela ressalta que não é preciso criar estereótipos de gênero para lidar com essa diversidade natural das formas de liderança.
Para a secretária-geral da Presidência do TSE, a mulher leva para um cargo de liderança algumas qualidades importantes, como a humildade. Ela ressalta que procura reconhecer, todos os dias, que não sabe tudo e não consegue tomar boas decisões se não ouvir as pessoas que têm mais experiência. “Quanto mais alto se está, maior é o seu ponto cego, e há outras pessoas que podem localizar este ponto cego e ajudar a tomar a melhor decisão”, afirma Aline.
Quanto às qualidades das líderes, ela destaca que há as mais fortes, assertivas – o que não significa que sejam arrogantes – e as que são não mais fracas, mas doces, e, no entanto, têm uma forma de levar outros tipos de ideia para a mesa.
Porém, a secretária-geral deixa claro que é preciso ter cuidado para não se construir um estereótipo dos dois lados (tanto dos homens quanto das mulheres). “O que eu tento ter, e percebo em várias gestoras, é o olhar para o outro, um olhar fora de si mesmo e uma preocupação com o bem-estar de quem trabalha com você, com a felicidade de quem está à sua volta. Isso aumenta a produtividade, diminui o estresse e nos ajuda a construir redes de confiança. Passamos muito tempo no trabalho e não podemos ser infelizes”, finaliza.
Aline Osorio é gestora da Comissão TSE Mulheres. Ela informa que o grupo busca, por meio de diversas atividades internas e externas, mudar a realidade da baixa representatividade feminina no país, tanto em cargos políticos quanto administrativos.
Veja a entrevista com a secretária-geral da Presidência do TSE.
Mulheres Debatem
“Liderança” será justamente o tema da terceira live da série “Mulheres Debatem”, que faz parte dos eventos deste mês do TSE em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.
A live será transmitida, ao vivo, nesta sexta-feira, a partir das 15h, pelo canal da Justiça Eleitoral no YouTube.
O encontro será aberto pelo presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e contará com a participação da deputada federal Joênia Wapichana, da vereadora de Belo Horizonte (MG) Duda Salabert e da empresária Luiza Trajano, dona de rede de lojas de varejo Magazine Luiza e integrante do Grupo Mulheres do Brasil. A live será mediada pela jornalista e apresentadora Petria Chaves. O encontro é promovido pela Comissão Mulheres TSE.
GA/EM, DM