O último domingo de janeiro, neste ano em 31/1, é o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, uma doença infecciosa, contagiosa, não hereditária e que tem cura.

O tratamento precoce é a melhor maneira de acabar com a transmissão e é realizado de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Antes conhecida como lepra, é transmitida por vias aéreas – fala, tosse ou espirro – por uma pessoa doente, sem tratamento. Em razão da data, o mês é chamado Janeiro Roxo, para atrair a atenção para a prevenção e tratamento.

A detecção de novos casos diminui tanto no Brasil. O país ocupa o segundo lugar no mundo em número absoluto de novos casos. Em 2017, foram detectados cerca de 30 mil casos – 13% do total mundial.

A Índia está na primeira posição, com 126.164 (60%).

“A estratégia de busca ativa de casos, com avaliação anual de contatos próximos durante cinco anos consecutivos, deve ser implantada”, informa Márcia Lira, coordenadora do Programa Estadual do Rio Grande do Sul de Controle da Hanseníase (PECH).

O estado registra atualmente a maior taxa de busca ativa: 18% superior à taxa nacional. 

O Rio Grande do Sul foi a primeira unidade da federação a alcançar a Meta da Eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública, em 1995 (menos de um doente para cada 10.000 habitantes), com uma prevalência de 0,86/10.000 habitantes.

A especialista faz um alerta. “É preciso aumentar o diagnóstico precoce, informar a população sobre os sinais e sintomas da doença, fortalecer a realização da busca dos contatos intradomiciliares, sua avaliação e tratamento, quando for o caso, rompendo a cadeia de contágio”, alerta Márcia Lira.

Preconceito e isolamento

A hanseníase é uma doença que já causou muito sofrimento no passado.

Vítimas de preconceito, seus portadores eram obrigados a viver em isolamento social para evitar contágio. “Hoje a internação não é mais compulsória, o tratamento é ambulatorial”, acrescenta. “Mas ainda temos pacientes que vivem no Hospital Colônia Itapuã (HCI), egressos deste período de internação compulsória.”

O HCI foi inaugurado em 1941 com o objetivo de receber pacientes hansenianos para viverem em isolamento. Foi concebido como uma minicidade, autossuficiente, tendo inclusive moeda própria para o dinheiro não contaminar ao circular entre a população fora do local.

“Quando a cura chegou e a internação deixou de ser compulsória, muitas pessoas foram viver fora do hospital. Porém, acabaram voltando, por perceberem que, fora dos muros, não havia nada para eles. Perderam seus laços e ainda havia muito preconceito por sua condição”, lembra a coordenadora. “Lá se sentiam acolhidos, protegidos, cuidados e poderiam ficar até o final de suas vidas.”

Hoje permanecem 16 hansenianos vivendo no HCI. Mas já chegou a abrigar cerca de mil residentes. A instituição tem um memorial que abrange toda a história da hanseníase no Estado.

A cada ano, cerca de 210 mil mulheres, homens e crianças são diagnosticados com hanseníase, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Até 50% das pessoas afetadas pela hanseníase enfrentarão, além da própria doença, problemas de saúde mental, como depressão ou ansiedade, com risco aumentado de suicídio.

Saiba mais

Sintomas e tratamento:

– manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração da sensibilidade ao calor e ao frio; ao tato e à dor, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas;
– áreas do corpo com diminuição dos pelos e do suor;
– dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas;
– inchaço em mãos e pés;
– diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés;
– lesões em pernas e pés;
– caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;
– febre, inchaço e dor nas articulações;
– entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;
– ressecamento nos olhos.

O tratamento consiste na associação de antibióticos usados de forma padronizada. O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde, sendo as demais auto administradas.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e o acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e em unidades de referência.

Prevenção:

O diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada com pacientes acometidos por hanseníase, são as principais formas de prevenção.

Na suspeita da doença, é preciso procurar atendimento em uma unidade de saúde o mais rápido possível, para evitar a evolução da enfermidade para incapacidades e deformidades físicas que dela podem surgir.

No Brasil, a Lei nº 12.135/2009, instituiu o último domingo do mês de janeiro como Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, com o objetivo de chamar a atenção para as medidas de prevenção e controle, bem como alertar para os aspectos frequentemente negligenciados – os mitos e conceitos errôneos sobre a doença que muitas pessoas afetadas experimentam diariamente.

Com informaões da Secretaria de Sáude do RS



Com Informações so Superior Tribunal Militar

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