Há duas décadas, a população sintoniza 104,7 FM em Brasília (DF) para ficar bem informada sobre as principais decisões do Poder Judiciário que impactam diretamente a vida da sociedade. Essa é a frequência da Rádio Justiça, emissora pública do Poder Judiciário, administrada e com sede no Supremo Tribunal Federal (STF).

O veículo de comunicação foi idealizado pelo ministro Marco Aurélio e inaugurado pelo ministro Maurício Corrêa (foto), em 5 de maio de 2004. A emissora nasceu com o objetivo de reportar as decisões do Poder Judiciário de modo descomplicado, mas sem perder a profundidade necessária para a compreensão dos assuntos.

No entanto, a história da Rádio Justiça teve início bem antes de 2004. A primeira produção radiofônica do Supremo Tribunal Federal aconteceu em 29 de abril de 1996, com a estreia da participação do Poder Judiciário na Voz do Brasil. A edição nº 1 foi uma entrevista com o ministro Sepúlveda Pertence, presidente do STF à época.

As transmissões começaram em 5 de maio de 2004, no prefixo 91,1 FM em Brasília, cedido pela então Radiobrás (atual EBC). Na época, o jornalista Valter Lima recebeu a missão de elaborar o projeto de programação da Rádio Justiça e chefiar a equipe de colegas de profissão que tiraram do papel o projeto já aprovado. Uma curiosidade: Valter trabalha na rádio até hoje, apresentando o programa Justiça na Tarde.

O segundo grande marco da história da Rádio ocorreu em 2006, quando a rádio obteve do Ministério das Comunicações a concessão do canal próprio. Assim, em 29 de maio de 2007, com a ministra Ellen Gracie na presidência do STF, a emissora aumentou a potência para 20kW na frequência 104,7 MHz, sendo sintonizada em todo o Distrito Federal. No mesmo ano, houve a inauguração do novo centro de transmissão da rádio.

Programas e sessões plenárias

Desde o início, a Rádio Justiça tem uma programação 24 horas no ar, com variedade de conteúdo jornalístico, cultural, além de música e prestação de serviço, sem mencionar o carro-chefe: a transmissão ao vivo das sessões plenárias do STF. Atualmente, a Rádio Justiça veicula também as sessões plenárias do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Ao longo de 20 anos de história, a Rádio Justiça já criou mais de 50 programas. Entre eles, destaca-se “Aprendendo Direitinho”, idealizado e apresentado pelo ministro Eros Grau. O programa discutia com crianças noções sobre Justiça e Direito por meio de adaptações de contos infantis. Destaque também para a radionovela. Lançado em 2007, o “Justiça em Cena” está no ar até os dias atuais, ininterruptamente, com capítulos inéditos de segunda a sexta-feira.

A grade atual da rádio foi lançada em 1º de fevereiro de 2024, dividida em faixas: musical, cultural e jornalística. Além dos jornais ao vivo, a emissora tem variedade musical: rock nacional e internacional; flashback internacional e nacional; MPB; choro; samba; música latina. Há, também, a apresentação de “A Hora do Maestro”, em que o maestro Cláudio Cohen, titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, conta a história de obras eruditas de todos os tempos.

O ouvinte da Rádio Justiça que gosta de rock não perde o programa “Capital do Rock”, apresentado por Philippe Seabra, guitarrista e vocalista da Plebe Rude. O músico leva os ouvintes a um passeio pelas influências nacionais e internacionais que ajudaram a inspirar o rock de Brasília e a se tornar alicerce fundamental do rock brasileiro.

Linguagem simples e combate à desinformação

Em 2023, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, lançou um pacto pela linguagem simples. Assim, a emissora reforça o que considera sua missão desde a fundação: traduzir o chamado “juridiquês”. Além de informar de forma acessível para toda a população, o desafio atual da emissora é combater a desinformação. Nesse sentido, o programa Revista Justiça, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 10h, apresenta o quadro “Não Caia Nessa”, em que especialistas desmentem informações falsas e dão dicas de como o ouvinte pode se proteger dos mais diversos golpes.

Evolução tecnológica

Para celebrar os 20 no ar, o coordenador de Gestão da TV e Rádio Justiça, Denilson Morales, destaca que as mudanças pelas quais a emissora tem passado visam melhorar a experiência do ouvinte, o que inclui investimentos em tecnologia, melhora da qualidade do sinal, identificação da rádio no dial, mudança de espaço físico e mais formas de acessar a Rádio Justiça.

“A Rádio Justiça vai entrar na multiprogramação da TV, no canal 1.3. É um grande plus para o nosso ouvinte, que às vezes está na TV, vai poder estar com a rádio em mãos. Há também estudos do aumento da capilaridade com parceiros, para a gente não só ficar no DF. A gente quer estar nas cidades, nas capitais, nas cidades menores, através de parcerias ou investimentos próprios que porventura nós iremos fazer ao longo dos meses, dos anos”.

Além da estreia no canal 1.3 da TV digital em Brasília, a Rádio Justiça também ganhou, em maio deste ano, um novo site, agora integrado com a TV Justiça.
https://radioetvjustica.jus.br/

Desde 2022, o ouvinte pode, além de ouvir, ver a Rádio Justiça. Imagens do estúdio passaram a ser veiculadas no canal da emissora no YouTube durante a Voz do Brasil e nos debates dos programas Revista Justiça e Justiça na Tarde.

Serviço

Além do site e do YouTube, a Rádio Justiça pode ser acessada:

TuneIn (ao vivo)
Spotify
Whatsapp da Rádio Justiça, aberto ao diálogo com os ouvintes: 61 99975-8140

Com informações do STF

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