No último domingo (12), a Secretaria de Comunicação Social do Tribunal Superior Eleitoral (Secom-TSE) recebeu, na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), representantes das agências de checagem para o evento inédito “Justiça Eleitoral e checadores: o dia da eleição”.
Compareceram ao encontro: Maria Clara Prestes (Agência France Presse e Projeto Comprova); Bernardo Melo (Uol Verifica); Nathalia Afonso (Agência Lupa); e Bernardo Moura (Aos Fatos). Na ocasião, os profissionais assistiram a uma apresentação do secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente, sobre segurança do processo de votação e a cibersegurança envolvida. Também acompanharam uma demonstração técnica do secretário de TI do TRE do Rio de Janeiro, Michel Kovacs, sobre o funcionamento da urna eletrônica.
Além de poder tirar as dúvidas existentes após as apresentações, os profissionais também acompanharam de perto os Testes de Integridade das Urnas Eletrônicas das Eleições Suplementares dos municípios de Silva Jardim e Santa Maria Madalena, que aconteceram no TRE. A ideia é que as reuniões continuem a ocorrer durante outros eventos promovidos pela Justiça Eleitoral.
Agradecimento
O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, esteve no encontro e, na oportunidade, agradeceu a presença de todos. Barroso disse aos profissionais que, durante as Eleições Municipais de 2020, o trabalho dos checadores foi “decisivo no combate à desinformação no processo eleitoral”.
Desde 2020, o TSE firmou parceria com, pelo menos, nove agências de checagem para combater notícias falsas nas eleições municipais. Desde então, o Tribunal e as agências estão em contato permanente para identificar conteúdos ligados à desinformação sobre o processo eleitoral e as urnas eletrônicas. A partir das checagens feitas, as notícias verdadeiras, provenientes de fontes fidedignas, são sempre publicadas na página “Fato ou Boato”, disponível no Portal do TSE.
“As agências de checagem têm como grande propósito ajudar o público a ter mais segurança na leitura de notícias e dos demais conteúdos de internet, diminuindo a propagação de desinformações, sobretudo nas redes sociais. Por isso, essa iniciativa, que nos aproxima ainda mais dos checadores e checadoras, foi de extrema importância para todos”, disse a coordenadora de Imprensa do TSE, Laura Gracindo.
Opinião dos participantes
Para Bernardo Melo, do Uol Verifica, diante de tantas informações falsas sobre o processo eleitoral brasileiro, ter um canal direto com o TSE é muito importante para quem trabalha no combate à desinformação. “Muitas vezes, precisamos entrar em aspectos bastante específicos, e a conversa com os técnicos da Justiça Eleitoral nos ajudou a pensar em novas abordagens para os esclarecimentos que teremos que fazer daqui em diante. Esperamos que mais encontros do tipo ocorram”, disse.
Segundo Nathalia Afonso, da Agência Lupa, só é possível combater a desinformação com informações corretas e de qualidade. “No último domingo, tivemos a oportunidade de aprender um pouco mais sobre as etapas de segurança do processo eleitoral e acompanhar um pouco do teste de integridade que estava ocorrendo no TRE-RJ. Iniciativas assim são bem-vindas e necessárias para ajudar no trabalho de checadores e jornalistas”, revelou.
Maria Clara Pestre, jornalista de checagem de fatos do AFP, por sua vez, considerou muito importante o esforço do TSE de explicar com detalhes os mecanismos de auditoria das urnas eletrônicas no evento com checadores no último domingo. “Com a aproximação das eleições, antecipamos um aumento significativo no fluxo de desinformação sobre o processo eleitoral brasileiro e, nesse contexto, é de grande valor dispor de informações confiáveis para iniciar nossas apurações e informar nossos leitores da melhor maneira possível”, afirmou.
Na avaliação de Bernardo Moura, do Aos Fatos, a iniciativa é positiva e está em consonância com uma antiga reivindicação por maior aproximação do TSE com as agências de checagem. “Espero que esse seja o primeiro de muitos encontros e que se possa aprofundar o conhecimento sobre os mecanismos e procedimentos de votação. A cooperação entre o tribunal e os checadores — antes, durante e após as eleições — é decisiva para o combate à desinformação eleitoral”, ponderou.