Encontro de lideranças indígenas no TST
12/09/23 – O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Lelio Bentes Corrêa, recebeu nesta terça-feira (12) um grupo de lideranças indígenas femininas de diversos países, como Peru, México, Austrália, Estados Unidos, Malásia, África do Sul, Uganda, Quênia, Nova Zelândia, Guatemala, Bangladesh, Rússia e Finlândia. A visita foi acompanhada pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
As ativistas internacionais estão em Brasília para participar da 3ª Marcha das Mulheres Indígenas, organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e por diversas associações internacionais. A marcha teve início nesta segunda-feira e segue até amanhã (13). Participaram do encontro no TST a ministra Delaíde Miranda Arantes e o ministro Alberto Balazeiro.
Convivência
Para o ministro Lelio Bentes, num mundo em que se busca a convivência com o planeta, é preciso prestar atenção em quem já traz essa experiência desde o nascimento. “Precisamos, particularmente, reconhecer a força da mulher indígena, que mantém essa visão de preservação do valor da vida, da natureza, como valor fundamental da sua cultura”, afirmou.
Equilíbrio
O presidente do TST ressaltou a importância de refletir sobre os rumos da nossa visão capitalista de exploração dos recursos naturais à exaustão e estar atento às consequências nefastas dessa conduta. “Temos de buscar na experiência dos povos indígenas o equilíbrio de que precisamos para honrar nosso compromisso com as gerações futuras”.
Traduções
A ministra Sônia Guajajara lembrou que a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu o período entre 2022 e 2032 como a Década Internacional das Línguas Indígenas do Mundo. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) lançou, em julho, a primeira tradução da Constituição Federal para língua indígena (o Nheengatu, falado por vários povos da Amazônia) e, ontem, entregou a diversas lideranças a tradução da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a língua Kaiapó.
Segundo a ministra, a iniciativa se estenderá a traduções da Constituição para o guarani, para a língua Xoklen e para outras línguas. “Queremos avançar nesse processo de garantir o acesso dos povos indígenas à legislação que dizem respeito a seus direitos”, ressaltou.
Confira a galeria de fotos da visita.
(Carmem Feijó)