A democracia dos Estados Unidos é uma das mais tradicionais do mundo e repercute em todo o planeta. Eduardo Diogo, ex-secretário de Planejamento do Ceará, pesquisador e advogado, lançou na noite desta terça-feira (26), no Espaço Cultural STJ, o livro Muda Brasil, prefaciada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça Raul Araújo, que traça um panorama da eleição que elegeu Donald Trump em 2016.

Ao apresentar o livro, o ministro lembrou que Eduardo Diogo foi seu aluno de direito em Fortaleza e comentou que o volume é de grande interesse para o direito eleitoral e a ciência política. “A democracia dos EUA ainda é um paradigma. Ela foi o coroamento da derrota do absolutismo, que começou com a Revolução Inglesa de 1642, a Revolução Francesa de 1789 e a própria Revolução Americana de 1776”, destacou o ministro. Ele recordou ainda que a democracia brasileira tem várias peculiaridades, mas que traçar paralelos com outros países é muito importante.

O presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha, também compareceu ao lançamento.

Diferenças

Eduardo Diogo conta que, depois de trabalhar vários anos no governo, foi para os EUA fazer mestrado e trabalhar no Banco Mundial. “Tive a oportunidade de acompanhar as eleições de perto e vi as grandes diferenças da política daquele país com a do Brasil”, observou. Ele disse que não há propriamente uma eleição nacional para o presidente norte-americano, mas sim um sistema de colégio eleitoral.

Segundo o autor, Trump elegeu-se pelo Partido Republicano baseando suas ações em pesquisas. “Trump elegeu a imprensa como inimiga. As pesquisas indicam que o público dos EUA tem perdido sua confiança na imprensa nas últimas décadas”, declarou. Outra questão que ficou marcada nessas eleições foi a disputa entre Bernie Sanders e Hillary Clinton. “Sanders era um candidato que mobilizava mais, e Hillary chamou os eleitores dele de ‘bando de perdedores’. Ela também ofendeu os eleitores de Trump, o que enfraqueceu a base do Partido Democrata e dificultou a conquista de eleitores do adversário”, concluiu.

Pensar no Brasil

O autor afirma que o Brasil precisa mudar sua postura política e que os brasileiros precisam pensar mais nos interesses do país. “Eu proponho a divisão do pensamento político brasileiro em quatro grupos, que elaborem um plano de governo de 20 anos. Cada grupo teria a possiblidade de governar por cinco anos”, explicou. O autor admite que essa estrutura é utópica, mas totalmente viável.

Também estiveram presentes o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, e os ministros Benedito Gonçalves, Marco Buzzi e Ribeiro Dantas.

\"\"/

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.