Desde o início do mês, o edifício sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, ganhou tons de verde como parte da campanha Abril Verde, que visa a prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Para marcar os últimos dias da campanha e o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho (28/4), uma projeção especial foi exibida na fachada do Tribunal na quinta-feira (26).
O presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Brito Pereira, e a coordenadora do programa Trabalho Seguro, ministra Delaíde Miranda Arantes, deram início à projeção da mensagem, que tinha como destaque a frase “Vidas que não serão esquecidas”. Para o ministro presidente, o cuidado com a segurança no trabalho deve ser diário. “Se fosse apenas uma vítima, já seria motivo para fazermos essa campanha. Esperamos eliminar esse mal que resulta do descuido, da indiferença e da falta de conscientização”, afirmou, pouco antes de acionar a projeção.
Segundo o ministro Brito Pereira, embora silenciosa, a campanha Abril Verde tem um alcance muito grande. “Felizmente movimentos como esse se proliferam e se repetem ano a ano. Muitos empresários e trabalhadores verão a iluminação aqui e, certamente, vão identificar a necessidade de todos pensarem sobre esse mal que atinge tantas pessoas”, concluiu.
Na mensagem projetada, foram mostrados dados sobre acidentes do trabalho que resultaram em mortes por região geográfica no ano de 2016 – 357 na Região Norte, 424 na Região Nordeste, 975 na Região Sudeste, 847 na Região Sul e 404 na Região Centro-Oeste – e em todo o Brasil (3.007).
A ministra Delaíde Miranda Arantes reforçou que as ações preventivas precisam fazer parte do cotidiano das empresas. “A prevenção, hoje, é vista como investimento. O setor privado brasileiro emprega quase 100 milhões de pessoas e precisa investir em segurança, em equipamentos e em conscientização”, afirmou.
Estatísticas
Dados nacionais sobre acidentes de trabalho por segmentos podem ser consultados no Anuário Estatístico da Previdência Social relativo a 2015, ano em que foram registrados 612.632 acidentes, com redução de 14% em relação a 2013. O setor que tem o índice mais elevado de mortes em acidente de trabalho é o de transporte de cargas, com 367 mortes por ano, seguido da construção civil e das atividades rurais, com 333 e 165 mortes anuais, respectivamente.
No âmbito mundial, a principal fonte é a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que, em 2017, relatou que cerca de 2,3 milhões de trabalhadores morrem e 300 milhões ficam feridos em acidentes de trabalho – cerca de 20 mortes a cada cinco minutos.
Além da perda irreparável de vidas humanas e do sofrimento para as vítimas e familiares, os acidentes de trabalho representam custo significativo aos cofres públicos. De acordo com o Ministério da Fazenda, entre 2012 e 2016, foram registrados 3,5 milhões de casos em 26 estados e no Distrito Federal.
Esses acidentes resultaram na morte de 13.363 pessoas e geraram custo de R$ 22,171 bilhões para a Previdência Social com benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente para pessoas que ficaram com sequelas. Se fossem incluídos os casos de acidentes em ocupações informais, esse número poderia chegar a R$ 40 bilhões. Nos últimos cinco anos, 450 mil pessoas sofreram fraturas enquanto trabalhavam.
(RT/PR. Fotos: Giovanna Bembom)
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