Referência no direito público, primeira juíza federal em Minas Gerais, primeira mulher a presidir o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) e primeira ministra a comandar a Ouvidoria do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Assusete Magalhães se aposenta nesta segunda-feira (15).

No currículo, somam-se 39 anos de magistratura, sendo os últimos 11 dedicados ao Tribunal da Cidadania, onde será lembrada pelas contribuições à formação da jurisprudência, especialmente no direito público, e pelas qualidades pessoais que revelou nas atividades de julgadora e no exercício das diversas atribuições administrativas que assumiu ao longo de sua trajetória.​​​​​​​​​

Assusete Magalhães, no centro, recebe homenagens pela aposentadoria ao participar de sua última sessão na Segunda Turma (12/12/2023). | Foto: Pedro França/STJ

Nas palavras da presidente da corte, ministra Maria Thereza de Assis Moura, essa trajetória expressa o amor de Assusete Magalhães pelo direito e a conquista de espaços até então inéditos para as mulheres na magistratura.

"A história da ministra Assusete Magalhães revela muita determinação e um profundo conhecimento em diversos campos do direito. Foi a primeira mulher a presidir uma corte federal. No Tribunal da Cidadania, ela inovou ao criar a Ouvidoria das Mulheres e contribuiu decisivamente, nos últimos anos, para a gestão de precedentes qualificados da corte", destacou a presidente do STJ durante sessão da Corte Especial realizada no último dia 6 de dezembro.

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A seguir, ministras e ministros se manifestam sobre a aposentadoria da colega:

Og Fernandes, vice-presidente do STJ: "A trajetória da ministra Assusete Magalhães é uma exaltação da dedicação que se deve ofertar às instituições jurídicas do nosso país, nas quais se empenhou com incansável labor e notável comprometimento, traços que muito bem definem sua essência".

João Otávio de Noronha: "Deu enorme projeção ao STJ ao primar pela justa resolução do caso concreto e, ao mesmo tempo, pela garantia da segurança jurídica. Os anos de judicatura fizeram Assusete aproximar-se, cada vez mais, de sua essência – de juíza independente e corajosa".

Humberto Martins: "A ministra Assusete Magalhães é uma magistrada muito respeitada, ética, de notável saber jurídico e humanístico. Exerceu a judicatura por quase quatro décadas com ##competência##, sabedoria e elevado espírito de sensibilidade, ou seja, uma magistrada ímpar".

Herman Benjamin: "Todos nós enxergamos na ministra Assusete Magalhães um modelo de pessoa e de juíza. Alguém que nos ensina, que nos dá segurança como colegas e jurisdicionados e, ao mesmo tempo, inspira uma forte vontade de melhorar para um dia sermos parecidos com ela".

Luis Felipe Salomão: "Nesses quase 40 anos de magistratura, a ministra Assusete Magalhães conseguiu demonstrar a sensibilidade para encontrar, em cada processo, a solução mais justa e adequada para as aflições e angústias das pessoas que recorrem ao Poder Judiciário como última porta de salvaguarda da cidadania, satisfazendo o anseio delas por justiça".

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Mauro Campbell Marques: "Desde o vestibular, prestado secretamente, da advocacia à Procuradoria do INSS, de juíza federal à primeira – e ainda única – mulher a presidir o TRF1, até a sua ascensão ao STJ, em 2012, Assusete Magalhães desbravou seu próprio caminho, com obstinação, solidez de caráter e inteligência, atributos que a dignificam como um exemplo a ser seguido de empoderamento feminino".

Benedito Gonçalves: "Recordo-me que, em 1984, assumiu o cargo de juíza federal e, após quase dez anos, foi promovida ao TRF1, onde se tornou a primeira mulher a presidir aquela corte. Assusete sempre será referência de coragem, destemor e sensibilidade".

Isabel Gallotti: "Acompanho a bela trajetória de Assusete Magalhães desde o TRF1, e posso testemunhar seu permanente trabalho em benefício da causa da Justiça, com apurado esmero e rigor técnico que sempre marcaram sua atuação. Felicidades nessa nova etapa de vida que hoje se inicia!"

Ricardo Villas Bôas Cueva: "O fato de ter sido a primeira mulher no cargo de juíza federal em Minas Gerais e na presidência do TRF1 é motivo de orgulho e inspiração para toda a comunidade jurídica".

Sebastião Reis Junior: "Todos os elogios que eu já tinha ouvido sobre ela, feitos pelo meu pai, que a conheceu ainda quando procuradora do INSS, não só eram verdadeiros, como mais do que isso, eram poucos. Assusete é uma juíza rara, com um domínio profundo do direito".

Marco Aurélio Bellizze: "A ministra Assusete Magalhães será por todos lembrada como exemplo de magistrada responsável, dedicada e equilibrada, sendo merecedora de todas as nossas homenagens".

Sérgio Kukina: "Assusete Magalhães haverá de ser lembrada como uma julgadora fiel à Constituição e às leis e, sobretudo, zelosa para com os interesses dos jurisdicionados, aos quais, sem distinção, sempre se esmerou em entregar decisões amparadas em aprofundado estudo".

Moura Ribeiro: "Grande magistrada brasileira, que honra e ornamenta com sua toga límpida o Poder Judiciário e o Tribunal da Cidadania. Como ensinou o Padre Vieira: ‘os passos passam, as pegadas ficam’. Meu muito obrigado sempre, pelo inesquecível convívio".

Regina Helena Costa: "Assusete Magalhães é uma juíza exemplar, a inspirar não somente as mulheres, mas todos os integrantes da magistratura. Seu dedicado trabalho constitui um legado de inestimável valor, autêntica contribuição ao Estado Democrático de Direito".

Rogerio Schietti Cruz: "Ao chegar na Sexta Turma, em 2013, encontrei uma ministra extremamente cortês, dedicada ao seu trabalho, minudente na análise dos processos e muito competente e corajosa nas suas decisões. Aprendi muito com a ministra Assusete Magalhães".

Gurgel de Faria: "A querida ministra Assusete pôde confirmar, no Tribunal da Cidadania, as suas qualidades de juíza proba, estudiosa, cuidadosa e humana, deixando a sua marca no cenário jurídico nacional e honrando as suas origens – a magistratura federal".

Ribeiro Dantas: "Grande magistrada que honrou a Justiça Federal – sua classe de origem – neste STJ. Despede-se da corte deixando, graças a suas excepcionais qualidades como pessoa, uma legião de amigos e admiradores do seu talento jurídico e do seu trato pessoal diferenciado".

Messod Azulay Neto: "Ao longo de sua trajetória, demonstrou uma dedicação incansável em promover a justiça, com uma profunda compreensão do direito e um compromisso inabalável com os valores humanistas".

Paulo Sérgio Domingues: "Seu compromisso e sua dedicação refletem diretamente na qualidade de seus julgados e no cordial relacionamento com todos os pares que tiveram a honra de integrar contemporaneamente a ela a Primeira Seção".

Afrânio Vilela: "Assusete Magalhães é a legítima representante das Minas Gerais no Planalto Central. A sua jurisprudência é firme e segura, oportunizando à sociedade a aplicação mais escorreita dos textos legais, além de contribuir com o direito em sua função maior, que é pacificar a sociedade e fazer justiça".

Daniela Teixeira: "A ministra Assusete Magalhães abriu novos caminhos e marcou com passos firmes os que trilhou. Eu, como mulher que entro nesta corte ao passo que Sua Excelência sai dela, sinto o peso e a honra de manter, aqui, altiva a presença da mulher. Que a vida siga sendo-lhe generosa".​​​​​​​​​

A ministra com a equipe de seu gabinete no lançamento do livro Repensar a Justiça – Estudos em homenagem à ministra Assusete Magalhães (22/8/2023). | Foto: Lucas Pricken/STJ

Mensagem dos servidores do gabinete de Assusete Magalhães: "Demonstramos toda a gratidão pela confiança e por toda experiência e sabedoria compartilhadas sob sua liderança. Não podemos deixar de registrar o exemplo de coragem e perseverança da ministra Assusete Magalhães, retratado nas belas palavras de Guimarães Rosa, que ela adora citar: ‘A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem’".

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