Comunicação não-violenta: servidores aprendem novas formas de lidar com conflitos


Uma visão positiva sobre conflitos e novas maneiras de lidar com essa realidade. Essa é a proposta da Comunicação Não-Violenta (CNV), que foi tema de palestra nessa quinta-feira (17), com o especialista Daniel Seidel.

Na abertura da atividade, o ministro José Coêlho Ferreira apresentou o palestrante e enfatizou que o ser humano é um animal gregário, que precisa viver em comunidade. Para isso, lembrou que, para termos uma convivência harmônica, é necessário, entre outras coisas, desenvolver uma boa comunicação, a disposição para a escuta e saber se colocar no lugar do outro.

Daniel Seidel é bacharel em Ciências Contábeis e tem especialização em Psicodrama pelo Centro de Psicodrama de Brasília. É mestre em Ciências Políticas pela Universidade de Brasília e atualmente exerce a docência em Direitos Humanos na Universidade Católica de Brasília. Ainda é membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP/CNBB). 

No início da palestra, Daniel Seidel convidou a todos os presentes a pensar no que significa a palavra “conflito”. Depois da participação das pessoas, ele afirmou que, na maioria das vezes, temos uma visão negativa sobre o tema. Porém, ele lembrou que precisamos aprender a lidar com o conflito de forma construtiva, pois é um fenômeno que reflete as diferentes necessidades e visões de mundo de cada pessoa.

A não-violência como resposta

Segundo o palestrante, há três maneiras básicas de lidar com uma situação de conflito: ignorar que ele existe; responder a ele de forma violenta; lidar com a questão de forma não-violenta. O desafio é passar de uma reação indiferente ou violenta, para uma maneira pacífica de abordar o problema. A atuação não-violenta de Gandhi diante da dominação do Império Britânico, na Índia, foi um exemplo dessa última alternativa.

A pragmática da comunicação também foi uma ferramenta apresentada pelo expositor. Segundo essa perspectiva, a comunicação humana deve ser entendida também a partir do contexto cultural e social de cada um, levando em conta as mensagens e intenções que não estão explícitas na fala.

Entre os princípios da pragmática, Seidel citou: a necessidade que o ser humano tem de se comunicar, seja por gestos, palavras ou sentimentos; a importância do “como” se fala (o que pode ser decisivo na mensagem a ser passada) e a necessidade de se levar em conta o ponto de vista de cada parte, para uma visão de conjunto.

Em seguida, Seidel explicou o que é a Comunicação Não-Violenta (CNV), como proposta de resolução de conflitos desenvolvida por Marshall Rosenberg. Trata-se de uma abordagem compreendida em quatro componentes básicos: a observação; o sentimento; a necessidade e o pedido. Todos os participantes foram convidados a praticar a técnica em duplas.

Na prática, o primeiro passo da CNV é exercitar a observação da realidade sem fazer julgamentos. É também importante a pessoa identificar em si qual o principal sentimento que vem à tona em razão da situação conflituosa e expressar isso para seu interlocutor. Por trás de um sentimento, há também uma necessidade a ser atendida, e, para que isso aconteça, é necessário fazer um pedido para a outra pessoa.

O especialista ressaltou que a comunicação não-violenta requer empatia com o outro e é um convite para que olhemos de forma honesta para os nossos sentimentos e necessidades. Ele também sugeriu que os pedidos sejam formulados numa linguagem clara e positiva.

A realização da palestra é parte do projeto estratégico Gestão de Pessoas por Competências.

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