Ao abrir a sessão de julgamentos desta quinta-feira (4), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, prestou homenagem às vítimas da Covid-19 e fez referência ao número recorde de mortes registrado na última quarta-feira, quando 1.840 pessoas perderam a vida em todo o país em decorrência da doença.
“Estamos batendo recordes negativos. Algumas dessas mortes eram, como em toda parte do mundo, inevitáveis, mas muitas eram evitáveis. Infelizmente estamos vivendo um momento de desvalorização da vida em que pessoas nos deixam e passam a ser tratadas puramente como números. É muito triste o que está acontecendo no Brasil e é legítimo o sentimento de abandono que as pessoas têm pelo país afora”, lamentou o presidente.
Entre as vítimas registradas nesta quarta-feira, estão dois servidores da Justiça Eleitoral brasileira: Paulo Henrique Patrício, lotado na 90ª Zona Eleitoral de Contagem (MG) e Emanuel Abreu Silva, que atuava no Cartório Eleitoral da 116ª Zona, em Fortaleza (CE), como requisitado.
O ministro falou em nome de todos os integrantes do Tribunal ao enviar “nosso carinho e solidariedade a todas as pessoas que vêm perdendo os seus entes queridos”.
O vice-presidente do TSE, ministro Edson Fachin, se associou às palavras do ministro Barroso e aos sentimentos de tristeza por “esta tragédia que o país vivencia”.
Por sua vez, o ministro Alexandre de Moraes também se manifestou e classificou esse momento como “absolutamente lamentável”, ao destacar que o Brasil é o único país do mundo em que a segunda onda da pandemia vem sendo muito pior do que a primeira.
“Isso, lamentavelmente, em face de desorganização, de ausência de liderança, de diferenças políticas que vêm, infelizmente, deixando de lado o mais importante, que é cuidar da população. Aproveito a oportunidade para dizer que é momento de união de todas as esferas políticas”, frisou.
O ministro Alexandre de Moraes ainda afirmou que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF), desde o primeiro momento da pandemia, defendeu a atuação conjunta entre estados e municípios sob a liderança da União.
“Nenhuma autoridade sozinha conseguiria vencer o grave desafio do combate à pandemia do Covd-19. Todos os entes federativos deveriam, em cooperação, atuar contra a pandemia sempre sob a liderança nacional da União. Liderança essa que, infelizmente, vem faltando. E a população merece essa coordenação e liderança, porque a esperança só vai renascer a partir do momento em que todos verificarmos que, independentemente de diferenças políticas, todos estamos marchando para o combate à pandemia”, finalizou.
CM/LG