O Tribunal Superior do Trabalho abriu nesta quarta-feira, com sessão do Órgão Especial, o ano judiciário de 2017. Na abertura, os ministros prestaram homenagem ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, vítima de acidente aéreo no dia 19 de janeiro. Todos destacaram sua sobriedade e discrição e sua sólida formação jurídica.

O presidente do TST, ministro Ives Gandra Martins Filho, lembrou que Teori Zavascki, em menos de cinco anos de atuação no STF, marcou para sempre o Poder Judiciário. “Com discrição, austeridade e rigor técnico, conquistou o respeito dos colegas, do meio jurídico, da imprensa e de toda a sociedade”, afirmou. “Como juiz, era um homem inabalável. Nunca se deixou afetar pela inesperada popularidade e, em alguns momentos, pela impopularidade de algumas de suas medidas. Não se abalou nem mesmo quando foi alvo da hostilidade de alguns setores, que chegaram a promover manifestações em frente a sua casa e a enviar ofensas e ameaças pela internet”.

Lembrando a última visita do ministro do STF ao TST, em novembro do ano passado (quando fez a conferência de encerramento do Seminário Comemorativo dos 75 Anos da Justiça do Trabalho e dos 70 Anos do TST), Ives Gandra Filho destacou que a comoção causada pela sua morte, inédita em se tratando de um magistrado, “dá bem a medida do respeito e da esperança que a sociedade depositava nele, num momento de descrédito de pessoas e instituições”.

Manifestações

Para o decano do TST, ministro João Oreste Dalazen o ministro Teori “é uma dessas pessoas que não poderiam faltar nesta quadra da vida nacional”, tanto por suas virtudes pessoais, quanto por suas qualidades profissionais. “Era um daqueles juízes paradigmáticos, que honrou e dignificou a magistratura, pela discrição, prudência, comedimento e elevado espírito público, pela compreensão da elevada responsabilidade do exercício da magistratura e, sobretudo, pela notável humildade”, afirmou. Dalazen destacou que Teori era “avesso à busca incessante pelos holofotes da mídia e com os olhos estritamente voltados para a função de distribuir justiça”.

Para a ministra Cristina Peduzzi, amiga pessoal do ministro ministro Teori, sua morte “deixa um vácuo para a sociedade, para o Judiciário, para a família e para os amigos”, como profissional e pessoa humana. “Ele reunia as qualidades e virtudes necessárias ao magistrado: o conhecimento técnico, a dedicação intensa ao trabalho”, listou. “Tinha coragem, era discreto, era um homem digno, e daí o nosso pesar redobrado”.

O ministro Barros Levenhagen lamentou a morte precoce “de uma pessoa de bem, preparada”, e afirmou que Teori Zavascki tomou a magistratura como vocação e tornou-se um símbolo de discrição, atuação firme e incorruptibilidade, deixando um vácuo no STF.

Em nome da advocacia, o advogado Daniel Domingues Chiodi afirmou que, mais que nos casos midiáticos, aqueles que atuam junto ao STF tinham a percepção do cuidado do ministro em todos os casos, “independentemente da divulgação e dos holofotes que eram lançados sobre o processo”.

Para o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, o ministro Teori conseguia separar as suas convicções da sua função jurisdicional. “Por isso ele foi tão paradigmático, pela forma isenta com que sempre se portou, e por ficar conhecido não pelos holofotes, mas por suas decisões”.

(Carmem Feijó. Foto: Fellipe Sampaio)



Com informações do Tribunal Superior do Trabalho

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