Em breve, teremos 2 milhões de advogados atuando no país
No mundo todo, existem menos de 1200 faculdades de Direito. É isso mesmo o que você pensou: se somarmos todas as faculdades de Direito do mundo, não chegamos ao número de faculdades existentes só no Brasil.
Somos o país com o maior número de advogados do mundo, 1 milhão e 100 mil profissionais. E, mantendo-se o ritmo de crescimento dos últimos anos, chegaremos ao inacreditável número de 2 milhões de advogados no ano de 2032. A título de comparação, existem cerca de 450 mil médicos.
O ritmo de novos profissionais de Direito que se formam é frenético, chegando a uma média de quase 200 novos profissionais por dia.
Depois de ver todos esses números, alguém de outro país poderia dizer: “nossa, a justiça no Brasil deve ser muito eficiente”. Ledo engano. Existem cerca de 80 milhões de processos aguardando análise no Judiciário brasileiro.
O fato é que, com essa quantidade de advogados no mercado de trabalho, o número de novos processos entrando todos os dias nos tribunais é absurdo. Em 2017 foram 29,1 milhões de novos processos.
E sabe o que tudo isso significa? Que a profissão de advogado deve passar por muitas dificuldades. Não no futuro, mas já. Vou explicar os motivos.
Primeiro, a oferta de profissionais já é maior do que a demanda. Há um número bastante alto de profissionais do direito migrando para outras áreas ou desempregados. É impossível absorver tantos novos profissionais.
Segundo, porque a tecnologia já está impactando a forma de trabalho dos advogados. A inteligência artificial, principalmente, tem substituído algumas funções que antes demandavam horas de trabalho de um profissional. Consultar jurisprudência, análise de doutrina, construção de peças… tudo isso já está sendo feito pelas “máquinas”, com muito mais velocidade e assertividade.
Ou seja, muitos empregos de advogados em funções mais básicas deverão desaparecer num futuro muito próximo. Já existem robôs, ou seja, softwares inteligentes, capazes de resolver em segundos o que advogados levariam 3 ou 4 horas.
Mas esse movimento todo pode ser encarado de duas maneiras: como oportunidade ou ameaça. O advogado que entender que a tecnologia vai exponencializar seu conhecimento e elevar sua produtividade, terá um enorme sucesso nesse “novo mundo” do direito.
Já aqueles que optarem por ignorar esse movimento e lutarem contra esse movimento, serão os primeiros a enfrentar grandes dificuldades.
Fonte: Startse
