“O voto é a maior forma de poder que o povo tem em mãos, mas, além de votar, temos outras formas de sermos ativos nesse processo democrático”. A frase é do professor Kevanio Spíndola, presidente da mesa receptora de votos de uma das duas seções eleitorais do povoado de São Bernardo (MA). Kevanio exerce a função há aproximadamente 13 anos com a missão de auxiliar eleitoras e eleitores no momento da votação, “algo essencial para o bom funcionamento das eleições”, como ele mesmo descreve.
Assista à entrevista de Kevanio Spíndola no canal do TSE no YouTube.
Em 2008, havia apenas um local de votação no povoado maranhense em que Kevanio reside. Para comportar o crescimento do eleitorado, mais uma seção eleitoral precisou ser aberta na região. Sabendo da necessidade de suprir o novo local de votação com pessoal bem capacitado, os mesários que trabalhavam na seção já existente indicaram o professor para presidir a mesa receptora de votos, uma incumbência que foi prontamente abraçada pelo docente.
“Ao entregarem as cartas de convocação para o treinamento de mesários foi identificado que alguns dos escolhidos não residiam mais na comunidade. Algumas pessoas, sabendo do meu empenho e capacidade de solucionar problemas com facilidade e de lidar com as pessoas, me indicaram como mesário. Eu aceitei e estou até hoje”, relembra.
Apesar do cansaço acumulado durante o exercício da função, ele acredita que ser presidente da seção é muito importante para a democracia do país. “É muito realizador, gratificante. Contribuir dessa maneira mais direta nesse processo é muito significativo”, diz.
Disputa acirrada
A bagagem acumulada ao longo das sete eleições consecutivas em que atuou como mesário permitiu que Kevanio pudesse avaliar o cenário local com bastante propriedade. Segundo o professor, o resultado mais aguardado pelas eleitoras e eleitores de São Bernardo é, sem dúvida, o do pleito municipal. “Meu município é pequeno. Todo mundo sabe em quem os outros votam e sempre há alguma polêmica, mas nada de tão grave”, relata.
Para as Eleições Gerais de 2022, marcadas para acontecer nos dias 2 de outubro (primeiro turno) e 30 de outubro (eventual segundo turno), a expectativa do professor é que o clima de disputa se mantenha bem acirrado. “Acredito que seja um ano eleitoral bastante complexo, especialmente por se tratar de uma eleição presidencial. A última já foi bem impactante e essa não será diferente”.
A escolha dos ocupantes das cadeiras de deputada ou deputado estadual é outro fator que pode estimular ainda mais a concorrência entre as candidaturas, na opinião do experiente mesário. “São os cargos mais próximos dos líderes políticos municipais. Isso gera mais ansiedade nos eleitores e uma certa competitividade, como se fosse um reflexo das eleições municipais”, analisa.
Série Mesários – a JE Mora ao Lado
Essa história faz parte da série Mesários – a Justiça Eleitoral Mora ao Lado. Os textos estão sendo publicados a partir de fevereiro, mês em que a Justiça Eleitoral comemora 90 anos. A ideia é mostrar que a atuação para garantir o processo democrático por meio das eleições só é possível graças às mesárias e aos mesários que participam ativamente do processo eleitoral em todo o país.
BA/CM
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