O corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Brito Pereira, participou nesta quinta-feira (6/8) de solenidade realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) ao jurista Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes. O evento faz parte das comemorações promovidas pelo Regional fluminense em homenagem ao centenário  do magistrado, primeiro ministro presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

“Nada supera os caminhos que Bezerra de Menezes trilhou para a Justiça do Trabalho. É um notável brasileiro cujas pegadas nós seguimos até hoje”, afirmou o corregedor-geral, que representou, na solenidade, o presidente do TST, ministro Barros Levenhagen.

A solenidade foi aberta pela presidente do TRT/RJ, desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos, que destacou a trajetória, os títulos e as condecorações do homenageado e relatou curiosidades sobre sua rotina de trabalho. “Ele tinha uma máquina de escrever que levava para onde fosse e, com ela, escreveu sua obra”, observou. Apeça foi doada ao acervo do TST.

A atuação do ministro Bezerra de Menezes foi decisiva para a instalação e consolidação da Justiça do Trabalho, uma vez que ele participou ativamente da sua integração ao Poder Judiciário, que ocorreu a partir da Constituição de 1946 (antes, ela integrava o Poder Executivo). O feito foi destacado pelo juiz do Trabalho Paulo Guilherme Santos Périssé, presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 1ª Região (Amatra-1).

Além do legado para o Direito, o ministro, que faleceu em 2002, deixou uma família numerosa, com 15 filhos. Entre eles, Mônica Bezerra de Menezes Picanço, que discursou na solenidade. Psicóloga e professora, ela contou que, mesmo não seguindo a carreira do pai, levará para sempre os ideais de justiça social por ele transmitidos. “Ele ensinou muito a todos que tiveram a oportunidade de ter esse grande encontro com ele. Mais do que uma homenagem ao homem Bezerra de Menezes, essa é uma homenagem aos valores essenciais do homem”, ressaltou.

 

Outros dois filhos do jurista, Ângela Bezerra de Menezes Salindo e Alexandre Bezerra de Menezes, foram convidados a descerrar e receber, respectivamente, duas placas confeccionadas em homenagem ao centenário do pai, que faria 100 anos este ano.

Sobre o jurista

Nascido em Niterói (RJ), em 11 de julho de 1915, Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes graduou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal Fluminense (UFF).

Entre 1939 e 1946, presidiu a 2ª e a 5ª Juntas de Conciliação e Julgamento do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Presidiu o Conselho Nacional do Trabalho (CNT), de 23 de fevereiro a 10 de setembro de 1946. Com a criação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em substituição ao CNT, passou à condição de ministro presidente do TST, tecnicamente o primeiro da história do órgão.

Permaneceu como dirigente máximo do Tribunal durante duas gestões consecutivas: 1946 a 1949 e 1949 a 1951. Foi corregedor-geral da Justiça do Trabalho de 1954 a 1956 e de 1958 a 1960. Concomitantemente à magistratura, foi diretor da Faculdade de Direito da UFF, ministrou aulas de Sociologia na Faculdade Fluminense de Medicina (1937 a 1943) e também de Direito do Trabalho na Faculdade de Direito de Niterói (1954).

Aposentou-se em 12 de maio de 1966 e faleceu em 9 de fevereiro de 2002, aos 86 anos. Em Niterói, o Fórum da Justiça do Trabalho, a Biblioteca de Serviço Público e um prédio da Faculdade de Direito levam o nome “Geraldo Montedônio” em homenagem ao ministro.

Mais fotos do evento estão disponibilizadas no Flickr do TRT/RJ. Para saber mais sobre a homenagem do TRT/RJ ao jurista, acesse a Página Especial sobre o ministro.

(Fonte: TRT1)



Com informações do Tribunal Superior do Trabalho

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