Um perfil da Biblioteca Nacional e a reafirmação de sua importância como ícone da preservação da memória e da história do Brasil foram pontos centrais da palestra do presidente da instituição, Marco Américo Lucchesi, realizada nesta sexta-feira (23) no projeto “Diálogos com o Supremo”.

Tradução

Na abertura do encontro, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, falou dos objetivos do projeto, da interlocução com os diversos segmentos da sociedade e da trajetória profissional de Lucchesi. Lembrou, ainda, que o professor e poeta, membro da Academia Brasileira de Letras, é o principal responsável pela execução do projeto de tradução da Constituição de 1988 para o Nheengatu, língua geral amazônica, originária do Tupi.

O projeto de tradução, segundo a ministra, começou a ser desenhado durante viagem, promovida pelo Conselho Nacional da Justiça, a aldeias indígenas do Alto Solimões e do Rio Javari, da qual Lucchesi fez parte. Ao lembrar de passagens da experiência, o presidente da Biblioteca Nacional classificou este fato como “momento antropológico que guardo para minha forma de ver o mundo”.

Biblioteca Nacional

Em sua palestra, ao ressaltar a relevância da instituição que preside, o acadêmico reforçou que a Biblioteca Nacional “é um grande amor do Brasil e fez parte da negociação da independência do país”. Ao se referir ao momento atual, com avanço dos processos tecnológicos que levam à desinformação e ameaçam a democracia, Lucchesi reforça que, diante dessa realidade, o trabalho da Biblioteca Nacional de preservação da memória “ganha um contorno fabuloso, no seu compromisso contra a censura e contra as fake news”.

Acervo

Marco Lucchesi disse que o acervo da biblioteca é o sexto do mundo e, quando foi comprado de Portugal, tinha 60 mil itens. Hoje, abriga 10 milhões de itens de diversas naturezas, como partituras, coleções de publicações internacionais, instrumentos, revistas etc. Além disso, a instituição realiza trabalhos de restauro e preservação “reconhecido internacionalmente”. Com nações amigas, pratica a “diplomacia do livro”, fazendo doações de publicações para bibliotecas nacionais, como ocorreu com a Guiné-Bissau, enviadas para além-mar em navios da Marinha do Brasil.

A relação da Biblioteca Nacional com o STF é, segundo o tradutor, de amicus curiae, ou “amigo da Corte”. Ele reforçou o discurso da presidente do Supremo na abertura do evento, em defesa do diálogo entre as instituições e a sociedade.

Confira a íntegra da palestra da 4ª edição do “Diálogos com o Supremo”.

WH//CF
 

Com informações do STF

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